Classe média paga mais impostos ao Governo

“A alta da renda das famílias não foi suficiente para que sobrasse mais dinheiro no bolso dos consumidores”. A afirmativa consta nos jornais Correio Braziliense e Estado de Minas, ambos do Grupo Associados, em suas edições de terça-feira (13/4). As duas publicações destacaram estudo do Sindifisco Nacional, que demonstra o quão injusto tem sido o sistema, sobretudo com as pessoas que ascenderam à classe média e passaram a pagar mais tributos, não só indiretos sobre o consumo, mas principalmente ao Governo.

Atualmente, o cidadão que ganha acima de R$ 1,7 mil mensais é obrigado a declarar IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física). Ao tratar do estudo do Sindicato, o presidente da instituição, Cláudio Damasceno, alertou para a discrepância da tabela de Imposto de Renda, hoje defasada em 61%.

“Não é justo”, disse Damasceno às publicações. “O limite de isenção deveria ser de R$ 2,8 mil, o que quer dizer que um trabalhador que ganha hoje R$ 3 mil, e que paga uma alíquota de 15%, deveria estar numa faixa de tributação menor", explicou.

O Estado de Minas destacou ainda que, ao não corrigir a tabela pela inflação real, o Governo tributa mais a sociedade. Com esse mecanismo, quem paga a conta é justamente o trabalhador mais pobre, que agora é considerado como de classe média.

"Essas pessoas conseguiram bons reajustes salariais nos últimos anos, mas desse bolo, ficaram apenas com a raspa do tacho, já que a inflação engoliu uma parte da renda e a defasagem do IR. O que aconteceu foi uma troca de mão. O dinheiro saiu dos bolsos dos patrões e foi para os cofres do governo”, disse Damasceno.

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