Caso Sevilha: julgamento será retomado nesta terça
Será retomado nesta terça (3), em Maringá (PR), o julgamento do caso Sevilha. No banco dos réus, três dos cinco acusados pelo assassinato do Auditor-Fiscal José Antônio Sevilha: o empresário Marcos Gottlieb, que teria sido o mandante do crime, Fernando Ranea da Costa, apontado como executor, e o advogado Moacyr Macedo, que teria intermediado o contato entre os dois. Conhecido pelo combate às fraudes em importações, Sevilha era chefe da Seção de Controle Aduaneiro em Maringá quando foi alvejado com cinco tiros, em 29 de setembro de 2005. O julgamento será realizado no prédio da Justiça do Trabalho de Maringá (Av. Doutor Gastão Vidigal, 823, Zona 8), com início marcado para as 8h30.
Iniciado em agosto do ano passado, 14 anos após o crime, o julgamento acabou sendo dissolvido no sexto dia, quando as defesas dos acusados abandonaram o plenário. A pedido do Ministério Público, o juiz federal Cristiano Manfrim havia decretado a prisão preventiva de Fernando Ranea da Costa, que estava foragido e se entregou no dia 16 de setembro. Também cumpre prisão preventiva, desde maio de 2019, o empresário Marcos Gottlieb, enquanto Moacyr Macedo responde em liberdade. Outros dois homens também foram indiciados pelo crime: Wilson Rodrigues da Silva, que nunca foi encontrado, e Jorge Luiz Talarico, ex-policial civil, morto na cadeia quando cumpria prisão preventiva por outros crimes.
José Antônio Sevilha foi assassinado quando saía da casa de sua mãe, por volta das 21h, para visitar a esposa, que estava internada no hospital. Ele entrou em seu veículo, que estava estacionado na rua, sem perceber que o pneu dianteiro direito havia sido furado por ação dos criminosos. Trinta metros à frente, ao passar num quebra-molas, parou o carro. Foi quando um homem surgiu e disparou à queima-roupa. O Auditor-Fiscal já chegou ao hospital sem sinais de vida, deixando a esposa Mariângela e três filhos.
O crime teve grande repercussão em Maringá, mobilizando as autoridades e sensibilizando a população. Graças à investigação, chegou-se ao nome do empresário Marcos Gottlieb, dono da importadora de brinquedos Gemini, uma das maiores do Brasil. A empresa estava na mira do Auditor, por indícios de fraude e subfaturamento nas importações, e havia sido autuada em cerca de R$ 100 milhões, com toneladas de mercadorias apreendidas.
Assim como ocorreu na primeira fase do julgamento, o Sindifisco Nacional estará presente em Maringá, prestando apoio à acusação e à família do Auditor-Fiscal, na expectativa de que, apesar do lapso de 15 anos que separam o crime do seu julgamento, a Justiça dê à sociedade brasileira e aos integrantes da Receita Federal a resposta que todos esperamos: a punição severa dos responsáveis por esse crime bárbaro.