Mais duas pessoas incluídas no processo que apura crime

O Ministério Público Federal incluiu mais duas pessoas no processo que apura o envolvimento do iraniano Farhad Marvizi, de 47 anos, em crimes de execução e o aponta como mandante de pelo menos 11 crimes, além da tentativa de assassinato do Auditor-Fiscal da RFB (Receita Federal do Brasil) José de Jesus Ferreira, em Fortaleza (CE), no dia 9 de dezembro de 2008. A informação foi publicada no jornal cearense O Povo desta terça-feira (21/12).

Maykson Gleytson de Castro Jacó e Carliano Alves da Silva agora fazem parte do processo que já tem seis pessoas denunciadas pelo Ministério Público e apura o envolvimento do iraniano Farhad Marvizi nos crimes e na liderança de um bando que contava até com a participação de policiais militares.

A dupla incluída no processo está sendo acusada de participar diretamente da morte do casal Carlos José Medeiros Magalhães e Maria Elizabeth Almeida Bezerra, também em Fortaleza, no dia 2 de agosto deste ano. O casal estava colaborando com a PF (Polícia Federal) nas investigações sobre o atentado sofrido pelo Auditor-Fiscal José de Jesus Ferreira.

Segundo documento do MP enviado à Justiça, a morte do casal colaborador teria sido “queima de arquivo” e teria sido encomendada pelo iraniano Farhad Marvizi, que está preso desde agosto deste ano.

De acordo com a matéria do jornal, os acusados Maykson e Carliano, agora incluídos no processo, teriam sido contratados pelo sargento Jean Charles da Silva Libório, a mando do iraniano. A dupla teria recebido R$ 1.300 para matar o casal.

No dia do crime, o sargento Libório e os dois acusados teriam se reunido "em uma rotatória próximo à Ceasa (Central de Abastecimento do Ceará)", em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza. A dupla estaria na companhia de um adolescente. De lá, o grupo teria seguido até a casa das vítimas.

Acusado – O iraniano Farhad Marvizi era proprietário de três lojas em shoppings e teria envolvimento com contrabando. Segundo a Polícia Federal, ele mandou matar pessoas que interferiram em seus negócios ou sabiam demais sobre seus planos criminosos.

Em 2008, o Auditor-Fiscal José de Jesus Ferreira chefiava a Divisão de Combate ao Contrabando e Descaminho da RFB, em Fortaleza, e foi atingido com vários tiros quando se dirigia para casa. Apesar da gravidade do atentado, o Auditor sobreviveu.

Ação do Sindicato – Após o atentado contra o Auditor, a DEN (Diretoria Executiva Nacional) do Sindifisco Nacional acionou seus departamentos de Defesa Profissional e de Assuntos Jurídicos para oferecer infraestrutura de segurança e saúde ao Auditor e à sua família e para acompanhar juridicamente o caso, bem como para cobrar da RFB mais segurança a todos os Auditores-Fiscais.

No dia 1º de outubro deste ano, representantes da Diretoria de Assuntos Jurídicos da DEN se reuniram com os procuradores Márcio Andrade Torres e Francisco Machado Teixeira, do Ministério Público Federal no Ceará, para discutir o andamento do processo relativo ao atentado contra José de Jesus Ferreira.

A preocupação da Diretoria era a possibilidade de relaxamento da prisão de Farhad Marvizi, apontado como líder do bando que seria responsável pelo crime. De acordo com os procuradores, o Ministério Público está envidando todos os esforços para que o suspeito permaneça preso. E assim ele continua.

Para a DEN, o resultado das investigações do “Caso Jesus” representa um importante golpe contra criminosos que investem contra a vida de quem trabalha de forma séria na defesa da sociedade.

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