Carreiras discutem campanha salarial conjunta
Os representantes dos Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil) e do Trabalho, dos delegados da Polícia Federal e dos advogados públicos federais acordaram a intenção de realizar uma campanha salarial conjunta respeitadas as especificidades de cada categoria, no sentido de reivindicar abertura de negociação com o governo ainda este ano.
O assunto foi discutido durante reunião que aconteceu na sede da Unafe (União dos Advogados Públicos Federais do Brasil) no último dia 29, em Brasília (DF).
Durante a reunião, os sindicalistas abordaram os interesses de cada uma das categorias e chegaram à conclusão de que é preciso unir forças para fazer o governo abrir um canal de negociação. Esse foi apenas um primeiro passo.
As entidades deliberaram que discutirão o assunto com suas bases e levarão até elas um documento com o mesmo teor, detalhando a intenção de negociação conjunta. Em seguida, as entidades convocarão assembleias para que seus filiados se manifestem ratificando ou não o intento de seus dirigentes. No caso do Sindifisco Nacional, o tema será deliberado já na próxima assembleia, no dia 7 de abril.
Na abertura da reunião na Unafe, o presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, destacou que é senso comum entre as entidades que não haverá entendimento no governo para reajustar os salários das categorias. Há informações de que a intenção é abrir negociação somente no próximo ano para conceder alguma alteração em 2013. O objetivo das entidades é antecipar esse calendário.
“Temos que tomar a frente de um movimento que force o governo a abrir negociação conosco. Sem dúvida alguma é fundamental que estejamos juntos nesta luta. Se agirmos separadamente dentro do quadro político que hoje está colocado, vamos seguir a lógica do governo de só abrir negociação em 2012”, alertou Delarue.
As entidades ainda concordaram que é preciso que o Executivo veja no movimento das quatro categorias a disposição de ameaçar e de efetivamente agir se houver necessidade. Os dirigentes entendem que a percepção desta disposição é que vai fazer com que o governo dialogue com as instituições.
O 2º vice-presidente do Sindicato, Sérgio Aurélio Velozo Diniz, destacou ainda que a unidade tem de ser demonstrada em todas as situações. “Queremos negociar juntos, e nossas respostas ao governo também devem ser sempre conjuntas. Caso não sejamos atendidos, deveremos deixar claro que podemos fazer uma paralisação das quatro carreiras, o que daria um eco muito maior na sociedade”, exemplificou.
Os sindicalistas concordaram que a importância das carreiras faz da atuação conjunta uma forma de ação mais efetiva. Afinal, as quatro categorias desempenham papeis fundamentais na estrutura do Estado. “Essa estratégia é fundamental se realmente as categorias estiverem reunidas”, afirmou o presidente da Anfip (Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil), Jorge Cezar.
Manifesto – Durante a reunião os representantes das entidades aprovaram o “Manifesto pela Equivalência e Harmonia do Serviço Público entre os Poderes”. No documento, as entidades expressam apoio “ao Poder Público Federal pela edição do Decreto Legislativo nº 805, de 20 de dezembro de 2010, que fixa idêntico subsídio para os membros do Congresso Nacional, à Presidenta, ao Vice-Presidente da República e aos Ministros de Estado colocando-os no mesmo patamar dos Ministros do Supremo Tribunal Federal”.
No texto, elas defendem ainda “padrões de vencimentos para os servidores dos respectivos Poderes compatíveis com os requisitos para a investidura, as peculiaridades, a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira”. O manifesto também informa que as entidades submeterão à deliberação de seus filiados a intenção de atuar conjuntamente perante o Governo Federal e o Congresso Nacional. De acordo com o acertado entre os representantes de cada categoria, as assembleias sobre o assunto serão realizadas durante o mês de abril. Caso as bases ratifiquem o pleito das cúpulas, imediatamente serão iniciadas outras estratégias no sentido de abrir a negociação.
Também participaram do encontro, o vice-presidente do Sindifisco Nacional, Lupércio Montenegro, o presidente da Unafe, Luiz Carlos Palacios, o presidente em exercício da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), Bolivár Steinmetz, e o diretor de Prerrogativas da entidade, Cláudio Tusco, a presidente do Sinait (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho), Rosângela Rassy e o vice-presidente, Carlos Alberto.