Duvanier não apresenta proposta e marca nova reunião

Em reunião realizada, na noite de terça-feira (16/8), com as entidades integrantes da Campanha Salarial Conjunta, o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva, disse que o governo não tem elementos suficientes para assumir um compromisso de reajuste a médio prazo para as carreiras, e descartou, até mesmo, uma possível recomposição dos vencimentos pela inflação.

O secretário atribuiu a falta de uma proposta concreta à atual crise econômica que, segundo ele, tem exigido grande esforço do governo para ser contornada. “Continuamos com uma situação de indefinição. Faltam elementos macroeconômicos para assumirmos um compromisso com gasto de pessoas para o próximo ano. Por isso, dificilmente teremos condições de acatar todas as reivindicações, inclusive, as das mesas específicas”, disse Duvanier.

O secretário afirmou que o Planejamento está avaliando as prioridades de cada entidade e que a pasta tem apenas até sexta-feira (19/8) para finalizar o Anexo V do orçamento da União (que trata do reajuste dos servidores públicos). Dessa forma, uma nova reunião com as entidades ficou agendada para terça-feira (23/8), quando Duvanier vai dizer se será proposto algum reajuste às carreiras integrantes da Mesa de Negociação.

O presidente do Sindifisco, Pedro Delarue, relembrou ao secretário as mobilizações anteriores e salientou que, durante momentos de crise, o governo tem usado os servidores como bodes-expiatórios para justificar o não atendimento das demandas.

“O custo das medidas do governo é frequentemente concentrado nos servidores públicos. Sempre haverá uma crise a curto, médio ou longo prazo. A lei obriga que se negocie reajuste seis meses antes do fim de cada ano. Dessa forma, se formos ficar amarrados por conta de crises, não haverá reajuste nunca”, afirmou o presidente.

“Os Auditores-Fiscais tem demonstrado ao longo dos últimos anos todo o seu empenho em dotar o governo com os recursos necessários para sua atuação, com resultados de arrecadação em constante crescimento. Isso significa bilhões entrando no caixa do Tesouro, fruto do trabalho dos Auditores-Fiscais que, por sua vez, estão insatisfeitos pelo não reconhecimento do seu serviço”, disse Delarue.

Paralisação – Após o encontro com o secretário, em rápida reunião, as entidades envolvidas na Campanha Salarial Conjunta decidiram realizar assembleias na quinta-feira (18/8), propondo paralisação conjunta de 24 horas em todo o Brasil para a quarta-feira (24).

No caso dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, em algumas localidades, dependendo das condições específicas, será possível realizar operação-padrão.

A DEN (Diretoria Executiva Nacional) informa ainda que futuras assembleias vão avaliar os desdobramentos das atividades relacionadas à Campanha Salarial.

Participaram da reunião o 1º e 2º vice-presidentes do Sindifisco Nacional, Lupércio Montenegro e Sérgio Aurélio Velozo Diniz, respectivamente, e o presidente da Mesa Diretora do CDS (Conselho de Delegados Sindicais), Ayrton Eduardo de Castro Bastos. Fazem parte da Campanha Salarial Conjunta as entidades representativas dos Auditores-Fiscais da RFB, do Trabalho, dos Peritos e Delegados da Polícia Federal e dos Advogados Públicos da União.

 

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