Crise financeira provoca mais uma queda na arrecadação

A RFB (Receita Federal do Brasil) anunciou, na manhã desta quinta-feira (20/8), a arrecadação de impostos e contribuições federais, além das demais receitas (concessões e royalties, entre outros), que totalizou R$ 58,6 bilhões em julho deste ano. Uma queda real de 9,38% frente ao mesmo mês do ano passado.

Segundo o órgão, esse é o nono mês consecutivo de recuo da arrecadação federal na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O recuo das receitas do Governo contraria a previsão da RFB de que a arrecadação poderia subir em julho.

Se a arrecadação se mantivesse estável frente ao mesmo período do ano passado, em termos reais, o Governo arrecadaria R$ 30 bilhões a mais de janeiro a julho de 2009. Por conta da frustração de receitas, já foram realizados ajustes no orçamento deste ano, por meio do corte de gastos.

A queda está atrelada à crise financeira, além dos cortes de impostos efetuados – feitos justamente para reativar a economia por conta das turbulências internacionais. Além disso, também foram contabilizados R$ 4,3 bilhões em compensações de tributos.

A crise pôde ser sentida na lucratividade das empresas, que recuou, pelo menos, 29,5%, enquanto a produção industrial caiu 13,4%; as importações caíram 31% em dólar. Todos estes fatores contribuíram para derrubar a arrecadação em 2009.

No acumulado de janeiro a julho, segundo informou a Receita Federal, as reduções de tributos geraram uma queda de R$ 15 bilhões na arrecadação. Além de fatores como a redução do IPI de automóveis, de materiais de construção e da linha branca.

Por fim, a redução da alíquota do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras), a redução da CIDE para gasolina e diesel e a alteração da tabela do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) foram outros fatores que contribuíram para mais uma queda na arrecadação, segundo a administração da RFB.
 

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