Autoridades governamentais demonstram preocupação com as fronteiras do país
Em audiência pública promovida pela Subcomissão Permanente da Amazônia e da Faixa de Fronteira, do Senado Federal, no dia 4 de outubro, o assessor especial da Subchefia de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alberto Kleiman, alertou para a necessidade de se estimular o desenvolvimento nas fronteiras do país. Na ocasião, Kleiman salientou que o Brasil deve evitar a "armadilha" de identificar as áreas de fronteira apenas como regiões de criminalidade.
Em notícia da Agência Senado, o assessor da Presidência ressalta que “tem prevalecido, em relação às áreas de fronteira, a percepção de uma agenda negativa, que inclui a criminalidade e a depressão econômica de vastas regiões ‘historicamente relegadas’ pelo Poder Público”. Alberto Kleiman recorda ainda que uma das prioridades do governo federal é a integração regional, que passa obrigatoriamente pelas fronteiras. Mas lamentou a "marginalidade" do tema na agenda política nacional.
Também na audiência, o diretor do Departamento de Inteligência Estratégica da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Luiz Alberto Santos Sallaberry, afirmou que a criminalidade nas áreas de fronteira não deverá acabar em curto prazo. Entretanto ressalta o sucesso de iniciativas recentes do governo no combate aos ilícitos transfronteiriços, como a chamada Operação Ágata, da qual a Receita Federal do Brasil fez parte.
A audiência realizada pelo Senado deixa eminente a preocupação de autoridades brasileiras quanto às precárias condições das fronteiras de nosso país.
Importante lembrar que o Sindifisco Nacional há tempos vem chamando a atenção dos governos e de autoridades das mais diversas instâncias a respeito do problema. Entre as várias iniciativas do Sindicato na tentativa de contribuir para a reversão do problema está o projeto “Fronteira em Foco”.
Entre outubro de 2010 e março de 2011, membros da DEN (Diretoria Executiva Nacional) do Sindicato percorreram as nove fronteiras terrestres brasileiras, realizando inspeções nas unidades do Amazonas, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Roraima, Rondônia, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Com as visitas, foi possível constatar o abandono das fronteiras nacionais, a necessidade urgente de investimentos e a falta de integração entre as instituições que atuam nessas localidades.
O Sindifisco Nacional avalia como positiva a preocupação das autoridades governamentais e espera que sejam adotadas providências o quanto antes.