Auditório da DRF/Maringá terá o nome de José Antonio Sevilha de Souza

O Auditor-Fiscal José Antonio Sevilha de Souza, morto em 2005 em função das atividades que desempenhava na Receita Federal, será homenageado no próximo dia 5 de junho, às 16h, em cerimônia a ser realizada pela Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil na 9ª Região Fiscal. Na ocasião, o auditório da Delegacia da Receita Federal em Maringá-PR receberá o nome de Sevilha. A superintendente, Auditora-Fiscal Cláudia Leão do Nascimento Thomaz, convida os Auditores a participar da solenidade.  

Antonio Sevilha morreu aos 45 anos, quando investigava Marcos Oliveras Gotlieb, dono da empresa Gemini, por fraude no processo de importação de brinquedos. Somente após 17 anos, dois dos acusados foram condenados. A sentença dos réus foi proferida em outubro de 2022, depois de uma sessão de 18 dias. O juiz Cristiano Manfrin sentenciou duas pessoas por participarem da execução de Sevilha, Gotlieb, a 30 anos em regime fechado, e Fernando Ranea, um dos assassinos, a 32 anos e oito meses de reclusão. Os acusados foram condenados por crime duplamente qualificado.   

Na época do assassinato, a diretora de Defesa Profissional do Sindifisco Nacional, Auditora-Fiscal Nory Ferreira, ocupava o mesmo cargo no então Unafisco Sindical, entidade que representava os Auditores da Receita, antes da fusão do órgão com a Receita Previdenciária. Ela lembra que, a partir do episódio, a Direção Nacional se preocupou em intensificar a discussão sobre o tema segurança funcional e em buscar mecanismos institucionais para resguardar os Auditores-Fiscais. Ainda em 2005, o sindicato promoveu na cidade de Maringá, nos dias 13 e 14 de dezembro, o Seminário de Segurança na Atividade Fiscal para discutir as garantias essenciais ao exercício seguro das funções dos Auditores-Fiscais. 

Por ocasião da proximidade do julgamento, um novo seminário foi realizado em Maringá, em outubro do ano passado, quando a Direção Nacional colocou novamente em pauta a segurança dos Auditores-Fiscais no exercício de suas atribuições funcionais. Durante o evento, a categoria concentrou-se no importante debate sobre procedimentos de segurança, providências de proteção em caso de ocorrências graves contra a integridade do Auditor-Fiscal e a responsabilidade do Estado em garantir um ambiente em que a fiscalização seja salvaguardada de ameaças. 

Durante os anos que antecederam o julgamento, o Sindifisco sempre trabalhou para garantir a responsabilização dos envolvidos e para que o crime não caísse no esquecimento e na impunidade. Nos dias anteriores ao julgamento, ocorreu intensa mobilização de Auditores em Maringá, período em que a cidade também recebeu uma ação publicitária de iniciativa da Direção Nacional pedindo justiça no “Caso Sevilha”.  

A campanha midiática teve distribuição de mensagens em locais estratégicos, como transportes públicos da região, painéis de outdoor e painéis de mídia digital em lotéricas e postos de combustíveis. Teve ainda a veiculação de mensagens nas rádios Maringá FM e CBN Maringá e a distribuição de camisetas para os Auditores-Fiscais que compareceram ao julgamento. 

“A mobilização feita pela Comunicação do Sindifisco quando do julgamento ano passado foi fundamental para o desfecho do julgamento. Afinal, depois de tantos anos, era necessário que Maringá se lembrasse de todos os fatos, para que o crime e os criminosos não fossem esquecidos, e para que a família, que tanto sofreu, alcançasse a tão esperada justiça. O trabalho do sindicato tem que ser no sentido de não esquecer essas coisas para não permitir que elas se repitam, mais ou menos como uma memória, que é parte da justiça”, contou Nory.

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