Um mês de mobilização: Auditores estão prontos para movimento por longo período

Há um mês, os Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil) estão em operação-padrão e crédito zero, em protesto contra o descaso do Governo diante das inúmeras tentativas da Classe de negociar a devida valorização. 

Os impactos da mobilização têm sido sentidos em todos os cantos do país, seja pela retenção de mercadorias em portos e aeroportos, seja na extensão das filas que se acumulam nos portos secos, a exemplo do de Foz do Iguaçu, ou ainda na queda das metas de arrecadação provocada pela não conclusão dos trabalhos nas unidades da zona secundária.

É impossível que o Governo ainda não tenha percebido a determinação dos Auditores-Fiscais em cobrar a contrapartida pelos serviços de excelência que a Classe vem desempenhando ano após ano, permitindo ao Estado enfrentar crises econômicas com tranquilidade. Todos os dias, a imprensa nacional relata os reflexos da mobilização, que tem provocado sérios prejuízos a empresários e até obrigado indústrias do setor de eletroeletrônicos a colocar funcionários em férias coletivas.

Apesar dos resultados claros da mobilização, o Governo mantém a determinação de só apresentar uma proposta – não só aos pleitos dos Auditores como aos dos demais servidores federais – no dia 31 de julho, demonstrando pouca preocupação com a situação dos caminhoneiros retidos nas estradas ou com a possibilidade de demissões nas indústrias.

No entanto, para a DEN (Diretoria Executiva Nacional), os Auditores devem aumentar cada vez mais a mobilização, já que a possibilidade de não apresentação de uma proposta na data marcada é enorme. A avaliar pela postura adotada em 2011, é de se imaginar que mais uma vez o Governo vai tentar postergar a negociação até o fim do limite para a inclusão de reajustes salariais na LOA (Lei Orçamentária Anual), para assim empurrar a negociação para 2013.

A DEN espera que a “comemoração” do primeiro mês da operação-padrão e crédito zero renove as forças e a determinação dos Auditores para que o movimento continue forte e coeso. É preciso que o Governo perceba que não está lidando com trabalhadores ingênuos e que estratagemas como extrapolar o prazo da LOA não farão com que a Classe abra mão da contrapartida que lhe é devida.

O Governo deve estar ciente de que enfrentará, dia após dia, a intensificação da mobilização dos Auditores, que pode ser na forma atual ou com greve fora da repartição. Mais que isso, o Executivo deve estar preparado para a continuidade do movimento mesmo depois do dia 31 de agosto, prazo da LOA. Como o Sindifisco tem dito, o funcionamento da RFB só voltará ao normal quando os pleitos dos Auditores forem atendidos. Que o Governo esteja preparado, porque os Auditores estão. A aprovação do Fundo do Corte do Ponto é prova de que a Classe está se preparando para um movimento que pode ser longo. O Governo é que vai decidir.

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