Auditores reivindicam melhores condições de trabalho
A Alfândega do Porto de Paranaguá (PR), segunda maior do Brasil em despacho de mercadoria importada , terceira em exportação e quarta maior em movimento de cargas, é mais uma das unidades da RFB (Receita Federal do Brasil) a ser visitada pela DEN (Diretoria Executiva Nacional) com objetivo de engajar os Auditores-Fiscais na mobilização pela Campanha Salarial 2012.
Em reunião com o presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, os Auditores-Fiscais lotados na unidade e chefias demonstraram engajamento ao movimento da Classe e apresentaram um manifesto com uma série de reivindicações. No documento embasado em números relativos às demandas funcionais, estão elencadas uma série de necessidades, como melhorias na estrutura de trabalho. Há também demandas no sentido de um aumento no efetivo funcional, uma vez que, no Porto, atuam apenas 34 Auditores-Fiscais, quando o efetivo ideal seria de 79. Ou seja, há um déficit de 37% de mão de obra nas atividades aduaneiras da unidade.
“Com a deflagração da Operação Maré Vermelha, pela Receita Federal do Brasil, aumentou muito o trabalho dos Auditores do despacho. A administração ficou de mandar reforço, mas desde que a operação foi iniciada, em 19 de março, não veio ninguém. É uma carga muito grande de trabalho, que não sei até quando pode ser suportada. Essa situação vai além da capacidade dos Auditores”, afirmou a chefe da sessão de Despacho Aduaneiro da Alfândega, Auditora-Fiscal Juliana Simas de Macedo. “Com mais cinco dias nessa situação, a sessão pode entrar em colapso”, endossou.
“De imediato, o Sindicato pode tentar junto à Administração uma solução emergencial”, respondeu Delarue, que pediu aos Auditores que encaminhassem um documento para o Sindicato oficializando a demanda.
Quanto ao déficit de Auditores na unidade, o presidente do Sindifisco Nacional afirmou que, diante da iniciativa dos Auditores de Paranaguá de produzir um documento com dados específicos sobre as questões, o Sindicato se coloca à disposição para atuar junto aos órgãos governamentais no sentido de reforçar a necessidade de um concurso com um número de vagas suficiente para atender às demandas da RFB. “O Sindicato exerce uma força de pressão diferente da que a Administração tem. Vamos trabalhar juntos e tentar resolver o problema”, ressaltou o sindicalista.
“Desde 2006 houve um crescimento significativo no nível de trabalho aqui no Porto. No entanto, o número de Auditores reduziu bastante. Trabalhamos além da nossa capacidade”, desabafou o Auditor-Fiscal Alexandre Oliveira.
O Porto do Paranaguá também é o segundo maior em volume de arrecadação no Estado do Paraná, perdendo apenas para Curitiba. Como está em uma região afastada do centro urbano, sem muita estrutura nas áreas de saúde e educação, há uma rotatividade grande de Auditores no local. De 2006 para cá, 20 Auditores deixaram o Porto.
A reunião contou com a presença do inspetor-adjunto da Alfândega do Porto de Paranaguá, Auditor-Fiscal Gerson Zanetti Faucz.