Auditores paralisam trabalhos na PIA nesta quinta-feira
A fiscalização na PIA (Ponte Internacional da Amizade), em Foz do Iguaçu (PR) será paralisada na manhã de quinta-feira (29/3). Os Auditores-Fiscais lotados na unidade, localizada na divisa com o Paraguai, cruzarão os braços em protesto contra a demora do Governo em estabelecer o adicional de fronteira.
No período da tarde, os Auditores se dividirão em outros atos e mobilizações em diferentes pontos da cidade.
As ações a serem desenvolvidas na PIA foram definidas em reunião ocorrida na manhã de quarta-feira (28/3), entre o segundo-vice presidente do Sindifisco Nacional, Sérgio Aurélio Velozo Diniz, o diretor adjunto de Administração, Gelson Myskovsky, o presidente da DS (Delegacia Sindical) de Foz, Diego Augusto de Sá, e Auditores-Fiscais lotados na região e em outras localidades da 9 ͣ RF (Região Fiscal), além de representantes do CMN (Comando Nacional de Mobilização) e do CRM (Comando Regional de Mobilização).
“O Ministério da Fazenda disse que a questão sobre o adicional de fronteira está sendo resolvida, mas não sabemos detalhes da proposta, como de quanto será a diferença salarial e quem será contemplado”, disse Sérgio Aurélio.
O sindicalista ainda citou a discussão em torno da criação de vilas destinadas a servidores federais lotados em locais de difícil provimento, a exemplo do que ocorre com os militares do Exército, e da questão do porte de arma. “Essa situação do porte está engessada há mais de três anos. Acredito que a situação só muda se entregarmos as armas que ainda temos e nos recusarmos a fazer repressão sem a presença da PF (Polícia Federal) e do Exército. É a única maneira de resolver a situação e garantir a segurança plena do Auditor no exercício do seu trabalho”.
Campanha Salarial – No encontro, questões relativas à Campanha Salarial também foram tratadas. “Temos de começar a juntar forças e, por isso, é necessário cada localidade descobrir no dia a dia qual a melhor maneira de mostrar a insatisfação da Classe com a defasagem salarial”, disse Sérgio Aurélio.
O sindicalista fez um histórico da greve de 2008 e falou da retomada das discussões com o secretário de Relações do Trabalho, do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça.
“O governo só vai funcionar sob pressão. Precisamos esclarecer que ao pedir um reajuste de 30%, 40%, não estamos cometendo um absurdo, uma vez que não temos correção salarial há anos”, comentou Sérgio Aurélio, ao lembrar ainda da necessidade de o Governo encaminhar até o fim de maio ao Congresso Nacional a proposta de reajuste salarial na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
“No primeiro ano de governo Dilma [Rousseff], o gasto com o servidor público foi o menor em 18 anos em relação ao PIB [Produto Interno Bruto] e do jeito que está, a tendência é que esse dispêndio seja menor ainda, o que mostra o arrocho do Governo com os servidores públicos, em especial com os Auditores-Fiscais”, lembrou Gelson.