Auditores não trabalham com datas, só com resultados

Preparados para uma guerra. Assim os Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil) estarão no dia 31 de julho, data em que o Governo se comprometeu a apresentar uma proposta às reivindicações da Classe. Prova disso é a aprovação da constituição do Fundo do Corte do Ponto, cujo montante está sendo decido pela Assembleia Nacional. 

Embora o Governo venha há meses postergando a negociação e apontando o dia 31 de julho como prazo para finalizar a negociação, a DEN (Diretoria Executiva Nacional) acredita que os filiados não devem esperar muito dessa data.

A expectativa é que no dia 31 de julho, o Governo mais uma vez apresente uma desculpa para retardar a apresentação de uma proposta, a fim de ganhar tempo. Ao que tudo indica, a exemplo do que aconteceu em 2011, os representantes do Executivo devem buscar estourar o prazo para a inclusão do reajuste pleiteado pelos trabalhadores do setor público na LOA (Lei Orçamentária Anual), que é o dia 31 de agosto, para, como era a primeira intenção, empurrar a negociação para 2013.

Diante desse cenário, os Auditores-Fiscais devem estar preparados. Caso essa expectativa se confirme, a Assembleia Nacional do dia 1º de agosto deve dar uma nova demonstração de indignação e antecipar para o Governo que a estratégia não vai funcionar. A mobilização da Classe, seja com operação-padrão e crédito zero ou greve fora da repartição, precisa ser firme e forte, para que o Governo perceba que não adianta extrapolar o prazo da LOA para fazer os Auditores desistirem da merecida valorização.

É sabido que quando o Governo quer, é possível fazer os mais inimagináveis remanejamentos de verbas para se cobrir lacunas emergências. Caso o Executivo opte por não incluir o reajuste dos Auditores na LOA, deverá ter em mente de onde retirar os recursos necessários para o pagamento dos subsídios reajustados. Para o Sindifisco Nacional, só existiu um prazo, 30 de maio. Como o Governo ignorou a data, agora os Auditores só voltarão a desempenhar suas atribuições com a excelência que a sociedade está acostumada e merece, quando a Classe receber a devida contrapartida pelos sucessivos recordes de arrecadação que contribuem diretamente para a sanidade das contas públicas.

Não será 31 de julho ou 31 de agosto que fará a RFB voltar a funcionar em sua normalidade. A única forma de isso acontecer é o Governo negociar de forma democrática e efetiva, sem estratagemas. Caso contrário, a mobilização dos Auditores, seja na forma atual ou fora da repartição, prosseguirá por tempo indeterminado. O Fundo do Corte do Ponto está disponível para, se for necessário, garantir que nenhum filiado seja prejudicado por reivindicar seus direitos. O Governo vai pagar para ver? Os Auditores estão prontos para bancar a aposta.

Conteúdos Relacionados