Auditores-Fiscais se preparam para cobrar justiça para o Caso Sevilha

O júri popular que deverá julgar os responsáveis pelo assassinato do Auditor-Fiscal José Antônio Sevilha está marcado para começar no próximo dia 5, na Justiça Federal de Maringá. Esta será a terceira vez que o empresário Marcos Gottlieb, que teria sido o mandante do crime, Fernando Ranea da Costa, apontado como executor, e o advogado Moacyr Macedo serão colocados diante do Tribunal do Júri.
A primeira tentativa ocorreu em 2019 e foi interrompida por uma estratégia da defesa de Marcos Gottlieb. Em 2020, um novo júri foi reconvocado e, depois de cinco dias de depoimentos, acabou sendo dissolvido em função de problemas de saúde de um dos jurados.
Às vésperas de completar 17 anos, o crime volta à pauta. O novo julgamento ocorre após a recente mudança da equipe de advogados do empresário que chegou a pedir que o júri fosse convocado para o dia 10 de outubro. Mas o pedido não foi atendido pelo juiz federal Cristiano Manfrim.
O Sindifisco Nacional está se mobilizando para que o caso tenha a atenção que merece. Para isso, convidou formalmente o secretário-especial da Receita Federal, Auditor-Fiscal Julio Cesar Vieira Gomes, a estar presente no júri.
Para mobilizar os filiados e discutir a segurança dos Auditores-Fiscais, a Diretoria de Defesa Profissional está programando um seminário para o dia 4. A ideia é que o maior número de filiados estejam em Maringá, demonstrando que, além de um crime contra a vida de um cidadão, o assassinato de Sevilha foi um crime contra o Estado.
O júri é o primeiro a ser realizado pela Justiça Federal de Maringá. O advogado Odel Antun, contratado pelo Sindifisco Nacional, continua acompanhando o caso como assistente de acusação e também representando a viúva de Sevilha.
Histórico
José Antônio Sevilha foi morto com cinco tiros em uma emboscada, em 29 de setembro de 2005. A motivação do crime seria interromper as investigações contra a importadora de brinquedos Gemini, segundo a Polícia Federal. A empresa havia sido autuada pelo Auditor em cerca de R$ 100 milhões e teve toneladas de mercadorias apreendidas.