Auditores debatem atuação da RFB em Dia da Valorização
As perspectivas da Receita Federal no Brasil no contexto atual, como ela atua país e como se relaciona com o mundo norteou os debates entre Auditores filiados à DS (Delegacia Sindical) Brasília e convidados durante a tarde de quinta-feira (25/10).
Para o 1º vice-presidente do Sindifisco Nacional, Lupércio Montenegro, que participou da mesa de abertura, antes de se exaltar o trabalho de excelência da Administração e os planos para o futuro é necessário levar em conta a valorização do papel do Auditor-Fiscal na execução das atividades que envolvem o órgão. “Temos um órgão que apresenta resultados brilhantes na arrecadação tributária e previdenciária, nas aduanas e trabalhos internos e que traz na sua linha de frente pessoas capacitadas e comprometidas. Quem faz a Receita são os Auditores”.
O sindicalista lembrou ainda a desvalorização do cargo ao longo dos anos por parte do Estado e o trabalho realizado pela DEN (Diretoria Executiva Nacional) pelo restabelecimento de algumas garantias.
A superintendente-adjunta da 1ª RF (Região Fiscal), Auditora-Fiscal Maria Joana, compartilhou da opinião do sindicalista. “O quadro técnico e de inteligência é feito por Auditores. Somos os pilares da instituição. Creio que a soma de esforços nos trará soluções inteligentes para acomodar os anseios da categoria”.
O delegado da Receita Federal do Brasil em Brasília, Auditor-Fiscal Joel Miyazaki, reforçou o apoio à categoria diante da Campanha Salarial e ressaltou com otimismo o fortalecimento da entidade ao longo dos anos e conclamou todos a continuarem contribuindo para vencerem os próximos desafios.
Memória viva da Receita Federal, o aposentado Lourierdes dos Santos, lembrou com saudosismo da época em que foi aprovado no primeiro concurso do órgão, numa época de mudanças. “Participei do movimento de união dos diversos departamentos, que antes se distribuíam no Ministério da Fazenda, em uma unidade que era a Receita. Hoje, nota-se o avanço que tivemos na organização administrativa ao longo dos anos”, disse.
Palestrantes – O secretário-geral do Sindicato, Ayrton Bastos, lembrou que o início da crise instalada no órgão se deu durante o período de implantação da política neoliberal no Brasil, na última década, com consequente sucateamento da máquina pública. A consequência, no caso da Receita Federal do Brasil, segundo ele, foi o congelamento salarial e a falta de investimentos em estrutura e pessoal.
Para exemplificar a importância do Auditor na atuação da Receita, Bastos citou números expressivos, como o aumento do número de autuações sobre impostos sonegados por pessoas físicas, que cresceu 43% entre 2002 e 2009; e da expansão de 100,94% das receitas administrativas no período de 2002 a 2011.
“Sem a participação do Auditor não se consegue resultados como esses. Por isso, a condição para uma Receita mais fortalecida passa pela importância dada a quem contribui para essa realidade”, defendeu.
A discussão acerca do novo modelo de Estado vivenciado pela administração pública brasileira foi foco da explanação do Auditor-Fiscal Marcelo Lettieri, filiado à DS/CE.
Segundo ele, torna-se urgente o debate dentro do serviço público, uma vez que a questão não é apenas salarial, mas de possibilidade de retirada de direitos e de autonomia.
“Estamos nos transformando em números e deixando de ser pessoas”, disse.
Passado – O Auditor-Fiscal Carlos Alberto, também um pioneiro, atuou na Receita na época da ditadura militar e teve de passar por alguns percalços para seguir na conduta que acreditava ser a melhor para a instituição. Hoje, também reconhece avanços na estrutura organizacional.
O evento foi realizado pela DS/Brasília em alusão ao Dia Nacional em Defesa da Receita Federal do Brasil.
{yoogallery src=[images/publicacoes/boletins/2012/Outubro/Bol775/seminario_bsb/]}