Auditores da Programação debatem com Direção Nacional e CNM as ameaças de exclusão do teletrabalho

A Direção Nacional e o Comando Nacional de Mobilização (CNM) realizaram, nesta segunda (13), uma reunião telepresencial com Auditores-Fiscais que atuam na área de Programação. O principal motivo da reunião foi um e-mail da administração do órgão, de sexta-feira (10), informando que, a partir do dia 1º de julho, somente permanecerão em regime de teletrabalho os Auditores-Fiscais da Programação que aderirem ao Programa de Gestão de que trata a Portaria 68.

Entre os cerca de 160 participantes, os sentimentos demonstrados foram de engajamento nas ações de mobilização e indignação contra as reiteradas ameaças recebidas. Corroborou-se o compromisso de não assinar os relatórios gerenciais, tampouco aderir ao Programa de Gestão como forma de evitar o retorno ao trabalho presencial. A ideia é deixar claro à administração que o risco de retaliação não intimida a categoria e que a mobilização vai perdurar enquanto todos os pleitos não forem atendidos.

A 2ª vice-presidente do Sindifisco Nacional, Auditora-Fiscal Natália Nobre, ponderou que as ameaças da administração da Receita Federal têm o objetivo de reduzir a adesão às ações de mobilização e que a categoria vem sendo bem-sucedida no enfrentamento a essas ameaças. “É um absurdo a administração tentar nos impor um modelo de avaliação em que um Auditor dá nota para o trabalho realizado por outro Auditor. Isso não cabe em cargos da natureza do nosso, cujas atribuições exigem poder decisório”, declarou Natália, reafirmando a importância de que todos manifestem seu descontentamento, no ato público desta terça (14), a essa e outras aberrações a que os Auditores e a Receita Federal estão sendo submetidos.

Questionada sobre a possibilidade de a administração cobrar o cumprimento de metas no segundo trimestre, sob pena de exclusão do teletrabalho, Natália esclareceu que os riscos permanecem. “Não há como garantir, mas esperamos que a administração recue novamente das últimas ameaças de exclusão do TT. Se esse tipo de situação ocorrer, adotaremos todas as medidas cabíveis”, informou a 2ª vice-presidente do Sindifisco Nacional.

Sobre a recente autorização do concurso público para a Receita Federal, Natália explicou que o número de vagas previsto é suficiente apenas para que ocorra o tão necessário rodízio nas fronteiras. Já para sanar o déficit de servidores no órgão – avaliou – a quantidade está muito aquém da ideal, especialmente lembrando que 1/3 dos Auditores-Fiscais hoje já implementaram as condições para pleitear aposentadoria. Portanto, segundo a 2ª vice-presidente do Sindifisco, a perspectiva de realização de concurso de forma alguma arrefecerá a mobilização. Sobretudo porque a regulamentação do bônus ainda segue sendo descumprida, assim como o desmonte da Receita Federal continua em curso.

O coordenador do CNM, Auditor-Fiscal Sérgio Aurélio, criticou, mais uma vez, o Programa de Gestão e defendeu a realização de uma plenária para que a categoria afaste, em definitivo, o modelo de avaliação que a administração vem tentando implantar. “Não podemos ficar nas mãos de chefes que querem ser chefes o resto da vida, esquecendo-se de que são, em essência, Auditores-Fiscais. Como autoridades que somos, devemos repelir esse formato. Por isso, defendo a realização de uma plenária, mesmo que em plena mobilização, ainda que seja de maneira telepresencial”, afirmou Sérgio Aurélio.

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