Auditores da 1ª RF devolvem armas institucionais

Em protesto contra a falta de posicionamento do governo sobre a questão do porte de arma da Classe, servidores da Direp01 (Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho da 1ª Região Fiscal) lotados em Brasília (DF), Goiânia (GO) e Campo Grande (MS), devolveram as armas institucionais à administração e anunciaram a suspensão das atividades externas de repressão até que os empecilhos legais para o porte irrestrito de arma aos integrantes da carreira sejam sanados.

Durante o ato de entrega das armas, ocorrido na quinta-feira (8/12), na capital federal, os servidores apresentaram ao chefe da Divisão de Repressão do local, Auditor-Fiscal, Elnir Manrieue, manifesto justificando a atitude.

“Diante da atual insegurança jurídica sobre o porte (Lei 10.826/03, Decreto 123/04, Portaria RFB 452/10) e insegurança pessoal fora de serviço adotaremos as seguintes posturas: entrega de seus armamentos às suas respectivas reservas; suspensão da participação em treinamentos para aperfeiçoamento técnico; suspensão da participação nas atividades externas de repressão”, destaca o documento assinado por 19 servidores.

Segundo o Auditor-Fiscal André Vinicius Carrara Fernai, da Divisão de Repressão, em Brasília (DF), todos os Auditores-Fiscais e demais servidores da Direp da capital federal que usam arma de fogo aderiram ao movimento. “Incluindo os núcleos de Brasília, Goiânia, Mato Grosso, ao todo, foram devolvidas 17 armas institucionais”, esclareceu o Auditor.

André explicou que os integrantes da Direp01, que atende a Superintendência da 1ª RF onde estão incluídos os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Distrito Federal, atuam na atividade de repressão em localidades de fronteiras com a Bolívia e o Paraguai, por isso, constantemente, participam de ações em regiões inóspitas colocando em risco a sua integridade física e à própria vida, por isso defendem o porte de arma irrestrito. “Às vezes permanecemos por até 30 dias na fronteira atuando em alguma operação. E, por isso, necessitamos nos sentir seguros”, enfatizou o Auditor.

“Estamos devolvendo as armas institucionais e suspendendo as atividades externas de repressão em face da insegurança jurídica quanto ao porte de arma e consequente falta de proteção pessoal no combate aos crimes de contrabando e descaminho e tráfico internacional de drogas, armas e munições”, acrescentou.

Assim como os servidores da RFB em Brasília, Auditores-Fiscais e demais integrantes do órgão em Foz do Iguaçu (PR) e outras Regiões Fiscais estão aderindo ao protesto com a devolução das armas institucionais à administração. Essa é forma de chamar a atenção do governo e conscientizá-lo da real necessidade de se tomar uma atitude o quanto antes.

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