Sabatina: Afif Domingos critica alta tributação sobre consumo
O empresário licenciado da presidência do Sebrae para tentar a candidatura à Presidência da República pelo PSD, Guilherme Afif Domingos, participou, na quarta-feira (6/6), da sabatina com os pré-candidatos promovida pelo Sindifisco Nacional em parceria com o jornal Correio Braziliense. Durante a edição do "Correio Entrevista", realizado na sede do jornal, em Brasília (DF), Afif manifestou disposição em fazer um Governo voltado à conscientização da população sobre a alta carga tributária imposta à sociedade brasileira.
Ao responder questionamento sobre a má distribuição dos tributos no país, feito pela vice-presidente do Sindifisco, Auditora Fiscal Maria Cândida Capozzoli, Afif afirmou que "o imposto sobre o consumo é um dos mais injustos que existe", relembrando propostas anteriores feitas por ele próprio – como a campanha "De olho no imposto", lançada em 2005 – voltadas à transparência fiscal sobre os produtos comercializados no país. " Quanto maior a alíquota menor é a arrecadação e maior a sonegação", observou.
Perguntado pelo jornalista representante do Sindifisco, Fabio Grecchi, sobre a necessidade de mudanças na legislação fiscal e sobre as estratégias para se aprovar essas medidas no Congresso Nacional, Afif afirmou que, se leito, deverá eleger suas prioridades e buscará emplacar os principais programas de Governo no prazo mais curto possível, em até seis meses, de forma a se preservar do esfacelamento da base aliada.
Nesse contexto, disse que pretende continuar buscando a simplificação e a integração de sistemas, junto ao Executivo e ao Legislativo, que visem a redução de encargos e de obrigações acessórias que dificultam a atuação de micro e pequenas empresas, combatendo, principalmente, a resistência da burocracia fiscal nos estados.
O pré-candidato também defendeu a Reforma Previdenciária. "O Brasil aboliu a monarquia, mas a corte ficou", disse, em referência aos benefícios no serviço público. Afirmou que é preciso mudar as regras atuais, mas enfatizou ser necessário respeitar direitos adquiridos, principalmente no âmbito das carreiras típicas de Estado, criando regras justas de transição. "É injustificável manter o atual sistemas, mas precisamos de um prazo para isso", ponderou.
O presidente licenciado do Sebrae também respondeu perguntas sobre educação, defendeu as privatizações como forma de dar mais concorrência ao mercado, criticou os altos juros cobrados pelos bancos e, com relação à segurança pública, propôs a vinculação das polícias civil e federal ao Judiciário, de forma a reduzir a burocracia na apuração e na tramitação dos procedimentos policiais. "As pessoas precisam perceber que a Justiça está perto do cidadão", assinalou.
Por fim, Afif Domingos afirmou que os governos não acompanharam as mudanças socioeconômicas dos últimos 30 anos, o que levou o país a afundar na atual crise econômica e fiscal. "A nação avança e o estado atrapalha", declarou. "A crise que temos é uma crise de estado; não de nação. (…) Nós estamos sofrendo um custo insuportável e (…) por isso, chegou a hora de a nação controlar o Estado", finalizou.
Ao longo do dia, outros dez pré-candidatos à Presidência da República participaram do "Correio Entrevista", respondendo perguntas de jornalistas do Correio Braziliense e do Sindifisco Nacional.