Aduaneiros brasileiros e paraguaios trocam experiências em Foz do Iguaçu

Na companhia de dirigentes do Sitrad (Sindicato dos Trabalhadores Aduaneiros do Paraguai), o segundo vice-presidente do Sindifisco Nacional, Sérgio Aurélio Velozo Diniz, e o diretor de Relações Internacionais do Sindicato, Fabio Galízia, conversaram com Auditores-Fiscais lotados na DRF (Delegacia da Receita Federal do Brasil) Foz do Iguaçu (PR), na manhã de segunda-feira (22/10).

A visita conjunta Brasil/Paraguai é uma continuidade do projeto de integração entre Auditores-Fiscais brasileiros e de países vizinhos. Também é uma retomada do “Projeto Fronteira em Foco” idealizado pelo Sindicato e que comprovou as péssimas condições de trabalho dos Auditores em diversas regiões fronteiriças do Brasil.

O encontro contou com a participação de oito integrantes do Sindicato paraguaio, entre os quais o presidente da entidade, Carlos Fernandes, e o secretário-geral, Gustavo Kirmser.

O delegado da DRF/Foz do Iguaçu, Auditor-Fiscal Rafael Rodrigues Dolzan, fez uma apresentação sobre o funcionamento da DRF. Falou sobre a atuação da RFB (Receita Federal do Brasil) na região e destacou números com resultados relativos ao volume de apreensões.

Rodrigues lembrou que o foco principal da DRF é a repressão no combate ao contrabando e ao descaminho e que a atuação do órgão tem evoluído nos últimos anos, graças a características de atuação que envolvem a aplicação de estratégias claras com ações contundentes; visão sistemática; profissionalismo nas ações; integração consistente com os demais órgãos e, principalmente, a excelência dos Auditores-Fiscais.

Frasur – Fabio Galízia, que também é diretor da Frasur, ressaltou o trabalho desenvolvido pela Federação, entidade da qual o Sindifisco Nacional é membro. Ele destacou a importância de se promover uma interação entre os servidores das unidades aduaneiras dos países membros da Federação. Lembrou que a ação passa a fazer parte do planejamento da Frasur, e a intenção é expandir a iniciativa às entidades componentes nas diversas regiões da América Latina. “Em visita conjunta Brasil/Colômbia podemos conhecer instalações de unidades aduaneiras nos dois países e verificamos in loco as dificuldades de trabalho em cada uma das regiões”, sintetizou Fabio.

Fabio ressaltou que além das visitas conjuntas, está previsto um dia de paralisação e reivindicações conjuntas das entidades integrantes da Frasur.

“Espero que esse seja o início de um grande companheirismo entre os aduaneiros brasileiros aqui da região com os paraguaios. Se conseguirmos trabalhar em conjunto podemos tornar a Federação um instrumento de luta para a conquista da melhoria da atividade aduaneira nos países sulamericanos".

Os representantes do Sitrad falaram sobre a experiência aduaneira no Paraguai, sobre o funcionamento da atividade sindical no país vizinho e enfatizaram a importância de haver integração entre as aduanas das cidades fronteiriças da América do Sul para melhor fluidez da atividade nas regiões.

“Como integrantes da Frasur, pensamos que esse apoio será importante para resolvermos os nossos problemas laborais”, enfatizou o presidente do Sintrac, Carlos Fernandes.

“Essa integração internacional nas localizações de fronteira é essencial”, afirmou o secretário-geral do sindicato paraguaio, Gustavo Kirmser. Ainda de acordo com Kirmser, no Paraguai, é seguida a convenção 151 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), e um contrato coletivo firmado com o Governo assegura a negociação para revisão anual da remuneração dos servidores aduaneiros.

Campanha Salarial – Sérgio Aurélio Velozo Diniz reforçou a necessidade de integração entre as aduanas sulamericanas, bem como a de maior segurança para os trabalhadores que atuam nas fronteiras. “Temos que realizar trabalhos conjuntos, mas para isso é fundamental nos conhecermos. O capital já está unido há muito tempo, por isso, nós, trabalhadores, também precisamos estar unidos para assim lutarmos por condições dignas de trabalho”, salientou.

Sérgio falou sobre as dificuldades de negociação com o Governo brasileiro. Ele lembrou que os servidores públicos federais não têm definida uma data base e nem a concessão de reajuste anual. “Esse é um problema que vivemos. E, por isso, o reajuste cobrado é sempre acima da inflação, assim nos expomos e somos acusados de ser privilegiados”.

Os Auditores-Fiscais lotados na DRF pediram que fossem passadas informações sobre a Campanha Salarial e o movimento de mobilização da Classe nas demais regiões do país. Sérgio Aurélio relembrou que a proposta apresentada pelo Governo, e rejeitada em assembleia pela categoria, apenas garantia o reajuste de 15%, dividido em 3 parcelas, e nada mais. “Por isso é fundamental que continuemos unidos”.

Ele pediu para que os Auditores de Foz do Iguaçu continuem mostrando para os governantes que a Classe tem condição de permanecer com um movimento forte e coeso. E comentou a possibilidade de implementação de uma verba extra ao subsidio. “Foi criado um Grupo para estudar técnica e juridicamente possibilidades para a melhoria da nossa remuneração, depois isso terá que ser discutido”, endossou.

O encontro contou com a participação do presidente da DS (Delegacia Sindical) Foz do Iguaçu, Diego Augusto de Sá, e do secretário-geral da entidade, Alfonso Burg.

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